domingo, 15 de abril de 2012

Direito ao planejamento familiar

O que há de errado com a introdução da BBC ao programa de rádio "Women´s hour" que foi ao ar no dia 08 de março de 2012 - Dia internacional da mulher? Leia abaixo e tente adivinhar.

"Mais de 215 milhões de mulheres desejam o direito de escolher quando e quantos filhos querem ter, ainda assim nenhum serviço de planejamento familiar é oferecido a elas. Assistência ao planejamento familiar vem lá atrás quando o assunto é a verba destinada em comparação a outros tópicos relacionados à saúde. A ex-presidente da Irlanda, Mary Robinson, discutirá este assunto no Parlamento Britânico a fim de destacar as razões econômicas e sociais para um maior investimento em planejamento familiar. Ela estará conosco no programa de hoje."

Eu ouvi o programa inteirinho, que, alias, é muito bom, apenas lamentei profundamente que a opção de NÃO ter filhos sequer tenha sido cogitada. A frase inicial do texto de introdução deveria ser "Mais de 215 milhões de mulheres desejam o direito de escolherem se querem ou não ter filhos, e quando e quantos filhos querem ter". Por que o acesso à pílula e a outras formas de contracepção não serve apenas para adiar a vinda de um filho, mas também para evitar que isso aconteça. Seja quando for. E a decisão de não ter filhos também deve ser vista como planejamento familiar. Afinal de contas, existem famílias de duas pessoas. Marido e mulher que decidiram não ter filhos e que, portanto, planejaram sua família.

Então me preocupou que até um tópico tão importante e próximo à causa da maternidade consciente, como é o caso do Planejamento familiar, tenha excluído o grupo de mulheres que opta pela não-maternidade.  Por que  a questão não pode começar no "vamos planejar quando e quantos filhos queremos." Mas sim no "vamos pensar e decidir se queremos ter algum filho". E se a resposta for sim, aí sim a gente parte para as outras perguntas.

Fora isso, como eu disse acima, vale a pena ouvir o programa e as ideias de uma mulher admirável como a Mary Robinson. Você também pode ouvi-las se quiser, basta clicar
aqui (chapter 2).

5 comentários:

  1. Nicole,
    uma vez uma mulher - esclarecida, ou até aquele momento eu achava que era! - me falou que "família" só acontece quando temos filhos, ou seja, que um casal sem filhos não é família!
    É uma pena que a opção por não ter filhos ainda seja vista no mundo de hoje como algo tão anormal. Muito tempo ainda será necessário para que as pessoas abram a cabeça para essa realidade.
    Bj

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  2. É Adelia, não é fácil não. Eu prefiro pensar que em vez de muito tempo precisamos é de muita informação, esclarecimento e conscientização. Se cada vez que alguém disser isso pra uma mulher que não tem filhos e a pessoa sem filhos responder à altura, talvez uma brecha comece a se abrir na cabecinha dessas pessoas que pensam ter o direito de decidir sobre a vida alheia. Principalmente em se tratando de um decisão como esta, que não faz mal a ninguém, não afeta ou prejudica ninguém e que só cabe à mulher em questão tomar. Não é de tempo que precisamos, porque se for isso significa aceitar que as mulheres que atualmente têm acima de 20 anos e escolheam não ter filhos continuarão a enfrentar esse preconceito todo ao longo de suas vidas, e só nos restaria esperar que a próxima geração faça algo a respeito. Eu me recuso, daí a razão deste blog. É o tal do "vão ter que me engolir" rsrsrs.

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  3. EU ESTOU NESSE DILEMA,TER OU NÃO FILHOS,TENHO 38 ANOS 8 DE CASADA,MEU UNICO MEDO É MAIS PFRENTE ME ARREPENDER DE NÃO SABER COMO É GERAR,POIS FILHOS POSSO TER A QUALQUER MOMENTO,OS ORFANATOS ESTÃO CHEIOS DE CRIANÇAS ESPERANDO POR UM LAR UMA FAMÍLIA,OU SEJA SE ME ARREPENDER POSSO TER QTOS FILHOS QUIZER,MAS O FATO DE AS PESSOAS FICAREM DIZENDO QUE GERAR É MARAVILHOSO FICO NA DUVIDA,MAS NOS DIAS DE HOJE FILHO P/MIM SIGNIFICA PROBLEMAS,TENHO MUITO MEDO DE SER MÃE VARIOS MOTIVOS,SITUAÇÃO FINANCEIRA NÃO GOSTARIA DE PIORAR MINHA VIDA POR UM FILHO,FILHO DISPENDE TRABALHO,TEMPO,DINHEIRO,ABRIR MÃO DE VARIAS COISAS,POR TUDO ISSO ME ACHO EGOISTA...

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  4. Olá Anônimo,
    A única maneira de evitar arrependimentos e mergulhar nas profundezas de si mesma e permite-se descobrir e avaliar o que, de fato, você deseja e do que, de fato, tens medo de se arrepender. Gerar um filho "apenas" pelo prazer da gestação, criação de um outro ser em si, pode não ser o melhor caminho se tudo o que este ser necessitar uma vez que for criado não lhe interessar, ou se você achar que não é capaz ou não estiver interessada em cuidar da sua criação. Criar é fácil, cuidar é que é difícil, e o que separa os que desejam filhos dos que não desejam é o desejo de se tornar integralmente responsável por outro alguém por alguns bons anos e aceitar com resiliência tudo de bom e de ruim que esta responsbailidade significará.
    Escreva todos os seus medos em um papel, tanto os "e se eu não tiver filhos" quanto os "e se eu tiver filhos" leia-os e explore cada um deles e descubra quais medos e obstáculos você tem mais desejo e capacidade de superar.
    Um abraço,
    p.s. se quiser deixar se ser anônima e ter um contato mais direto meu e-mail está à sua disposição: rodrigues-nicole@hotmail.com

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